sexta-feira, fevereiro 2

Yemanjá :)




Odô Iyá Yemanjá!!!
Entre as Iabás, Iemanjá é certamente a mais popular, festejada em todo Brasil como a rainha do mar, homenageada nas praias da Bahia no dia 02 de fevereiro, em São Paulo no dia 08 de dezembro e no Rio de Janeiro e em Natal na passagem do ano. Flores, perfume, jóias, bijuterias são algumas das oferendas que recebe nessas ocasiões. Muitos, porém, não vêem Iemanjá como uma divindade de origem africana, sendo comumente representada pela imagem de uma mulher branca, vestido de azul, com longos cabelos negros, muito distante da Mãe Africana de Seios Chorosos que realmente é.
Iemanjá é considerada a mãe da humanidade, grande provedora que proporciona o sustento a todos os seus filhos. Na África, dizem que Iemanjá é filha de Olokun, a riquíssima deusa do oceano, dona de todas as riquezas do mar. Iemanjá foi esposa de Orunmilá. Senhor dos oráculos, e de Olofin, o poderoso rei de Ifé, com quem teve dez filhos.
Cansada de sua permanência em Ifé e da convivência com o marido, Iemanjá fugiu do palácio em direção ao entardecer, a oeste, para as terras de Abeokutá. Sua mãe Olokun lhe havia presenteado, certa vez, com uma garrafa mágica, e disse que em caso de perigo era só quebra – la e o mar viria para socorrer Iemanjá.
Inconformado por perder sua esposa, Olofin ordenou ao exército de Ifé que fosse atrás dela. Os soldados a alcançaram, mas ela se recusou a voltar para Ifé e, ao ver – se sem saída, jogou a garrafa contra o chão, quebrando - a. Formou – se um fio que, correndo em direção ao oceano levou Iemanjá para morada de sua mãe Olokun.
Iemanjá também foi casada com Oxalá, a união claramente representada pela fusão do céu e do mar no horizonte. É considerada a mãe de todos os Orixás, é a manifestação da procriação, da restauração da emoções e símbolo da fecundidade. Seu nome deriva da expressão YEYÉ-OMO-EJÁ, significa A mãe dos Filhos Peixes.
Yemanjá seria a filha de Olokun, deus ( em Bénin e em Lagos) ou deusa ( em Ifé) do mar. Em certa lenda, ela aparece casada pela primeira vez com Orunmila, senhor das adivinhações, depois com Olofin-Ododúa, Rei de Ifé, com o qual teve dez filhos cujas atividades bastante diversificadas e cujos nome enigmáticos parecem corresponder a outros tantos Orixás. Dois dentre eles são facilmente identificados: "O arco-iris-que-desloca-com-a-chuva-e-guarda-o-fogo-nos-seus-punhos" e "O trovão-que-se-desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos". Estas denominações representam, respectivamente, Oxumarê e Xangô.Yemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em ~direção ao oeste. Olokun que havia dado, autrora, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não-se-sabe-jamais-o-que-pode-acontecer-amanhã"; recomendara-lhe que a quebrasse no chão em caso de perigo. E assim, Yemanjá foi se instalar na "Noite-da-Terra", à este, em Abeokutá, "ilusão à migração dos Egbás". Olofin-Ododúa, rei de Ifé, lançou seu exercito em procura de Yemanjá. Esta, cercada, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okun, o mar, lugar de residência de Olokun.
As imagens que representam Yemanjá dão-lhe o aspecto de uma matrona, com seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios um pouco mais que majestosos - e somente um deles, segundo outra lenda - foi a origem de desentendimentos com seu marido, embora ela já o houvesse, honestamente, prevenido antes do casamento, dizendo-lhe que não toleraria a mínima alusão desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal viva feliz. Uma noite, porém, quando o marido havia se embriagado com vinho de palma, não mais podendo controlar as suas palavras, fez comentário sobre seu seio volumoso. Tomada de cólera, Yemanjá bateu com o pé no chão e transformou-se num rio a fim de voltar para Olokun, como na lenda precedente.
No arquétipo psicológico, expandem-se as características insinuadas pela descrição dos mitos e lendas de Iemanjá. Também fica fácil entender os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum. Como os filhos da mãe da água doce, os de Iemanjá, também gostam de luxo, das jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.
Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.


Lendas da Mãe
Yemanjá estava perdida em seus pensamentos quando dela se aproxima seu filho Exu que lhe diz. - Mãe por todos os caminhos que percorrri pelo mundo tive todas as belezas que quis, mas nenhuma delas era tão bela como você!- O que diz meu filho, não estou comprreendendo!- Estou lhe dizendo que és a mulher maais linda que já vi e voltei para possuí-la. E dizendo isso atirou-se sobre Yemanjá, tentando violentá-la. Yemanjá não podia permitir que aquilo acontecesse e resistiu bravamente, lutou tanto que pela violência da luta, seus seios foram dilacerados. Enlouquecido e arrependido Exu, " caiu no mundo", sumindo na linha do horizonte.Diz-se que dos seios dilacerados de Yemanjá, saiam lágrimas profundamente tristes e tantas que se tornaram toda a água salgada do mundo, de onde se originaram todos os mares e oceanos.
Yemanjá 2
Os orixás Obatalá e Oduduwá se casaram e tiveram dois filhos : Iemanjá (representante do mar ) e Aganju (representante da terra ). Iemanjá e Aganju se casaram e tiveram um filho de nome Orungã (representante do ar ). Ao crescer , Orungã passou a nutrir um amor incestuoso pela mãe . Certa vez , o filho raptou e violentou a mãe . Iemanjá desesperou-se e desvencilhou-se de Orungã. O filho começou a perseguí-la e quando estava perto de alcançá-la, Iemanjá caiu e desmaiou.
Na queda , os seios de Iemanjá se romperam e deles saíram dois grandes rios que deram origem aos oceanos . E de seu ventre nasceram os Orixás que governam o mundo : Exu , Ogum, Xangô , Iansã, Ossain, Oxossi, Obá, Oxum , Dadá, Olocum, Oloxá, Okô, Okê, Ajê Xalugá, Orum e Oxu.
Origem das Sereias
Bela e jovem mulher , Yara costumeiramente banhava-se nos igarapés e beiras de rios da Amazônia. Seu corpo era admirado de modo embevecido pelos homens da tribo , porém Yara não permitia a nenhum deles se aproximar , além de tratar com indiferença as tentativas que lhe faziam de enamoramento.
Certo dia , enquanto se deleitava no igarapé , ouviu vozes assustadoras que falavam uma língua estranha e logo percebeu que não eram os companheiros de sua tribo . Viu que eram homens brancos , vestidos com pesadas roupas e gestos agressivos . Nos olhares desses homens Yara pressentiu o perigo : não estavam embevecidos perante sua figura , mas extraordinariamente excitados.
Yara tentou fugir , porém mãos numerosas a seguraram e torturaram. Finalmente todos a violaram. Devido à violência sofrida, Yara desmaiou. Supondo que estava morta , os homens brancos a jogaram no rio e desapareceram.
Ao receber o corpo inerte e ferido o Espírito das Águas que habitava aquele e todos os rios e igarapés , se apiedou de Yara e devolveu-lhe a energia e a beleza . Cuidou também que , para nunca mais ser violada, seu corpo da cintura para baixo fosse transformado em cauda de peixe e da cintura para cima tivesse uma beleza tal que atrairia todo e qualquer homem para seus braços .
Yara passou a viver nas águas , revelando apenas a parte de cima de seu corpo . Sua beleza e o poder de seu canto atraem os ribeirinhos e os pescadores que , uma vez seduzidos, são agarrados pelos potentes braços de Yara e levados para as profundezas das águas onde se afogam.
Yemanjá 3
LOGO NO PRINCÍPIO DO MUNDO IEMANJÁ JÁ TEVE MOTIVOS PARA DESGOSTAR DA HUMANIDADE POIS DESDE CEDO OS HOMENS E AS MULHERES JOGAVAM NO MAR TUDO O QUE A ELES NÃO SERVIA. OS SERES HUMANOS SUJAVAM SUAS ÁGUAS COM LIXO, COM TUDO O QUE NÃO MAIS PRESTAVA, VELHOS OU ESTRAGADO. ATÉ MESMO CUSPIAM EM IEMANJÁ, QUANDO NÃO FAZIAM MUITO PIOR. IEMANJÁ FOI QUEIXAR-SE A OLODUMARE. ASSIM NÃO DAVA PAR CONTINUAR IEMANJÁ SESSU VIVIA SUJA, SUA CASA ESTAVA SEMPRE CHEIA DE PORCARIAS. OLODUMARE OUVIU SEUS RECLAMOS E DEU-LHE O DOM DE DEVOLVER À PRAIA TUDO O QUE OS SERES HUMANOS JOGASSEM DE RUIM EM SUAS ÁGUAS. DESDE ENTÃO AS ONDAS SURGIAM NO MAR. AS ONDAS TRAZEM PARA A TERRA O QUE NÃO É DO MAR

Segundo o Candomblé
Yemanjá era a filha de Olokum, a deusa do mar. Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com o qual teve dez filhos, estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se orixás. Um deles foi chamado de Oxumaré, o Arco-Íris, “aguele-que-se-desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos”. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Yemanjá tornaram-se imensos. Cansada da sua estadia em Ifé, Yemanjá fugiu na direção do “entardecer-da-terra”, como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Ao norte de Abeokutá, vivia Okerê, rei de Xaki. Yemanjá continuava muito bonita. Okerê desejou-a e propôs-lhe casamento. Yemanjá aceitou mas, impondo uma condição, disse-lhe: “Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios.” Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso. Voltou para casa bêbado e titubeante. Ele não sabia mais o que fazia. Ele não sabia mais o que dizia. Tropeçando em Yemanjá, esta chamou-o de bêbado e imprestável. Okerê, vexado, gritou: “Você, com seus seios compridos e balançantes! Você, com seus seios grandes e trêmulos!” Yemanjá, ofendida, fugiu em disparada. Certa vez, antes do seu primeiro casamento, Yemanjá recebera de sua mãe, Olokum, uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera-lhe esta: “Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã. Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão.” Em sua fuga, Yemanjá tropeçou e caiu, a garrafa quebrou-se e dela nasceu um rio. As águas tumultuadas deste rio levaram Yemanjá em direção ao oceano, residência de sua mãe Olokum. Okerê, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher. Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina, chamada, ainda hoje, Okerê, e colocou-se no seu caminho, Yemanjá quis passar pela direita, Okerê deslocou-se para a direita, Yemanjá quis passar pela esquerda, Okerê deslocou-se para a esquerda. Yemanjá vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna, chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos. Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder, Ele pediu uma oferenda de um carneiro e quatro galos, um prato de “amalá”, preparado com farinha de inhame, e um prato de “gbeguiri”, feito com feijão e cebola e declarou que, no dia seguinte, Yemanjá encontraria por onde passar. Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras da chuva, começaram a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia, começaram a aparecer nuvens da direita e da esquerda do dia e quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio. Ouviu-se então: "Kakara rá rá rá" … Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere. Ela abriu-se em duas e, "suichchchch" … Yemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokum, aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra.

O Perfil do Orixá
Comparada com as outras divindades do panteão africano, o Orixá feminino ioruba Iemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.
Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.
Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em arte por muitos ramos da Umbanda.
Mesmo assim,não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e carinho.É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.
São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio de Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo) e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como na passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a qualquer pessoa que se interesse.
Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai desembocar no mar. De tanto chorar com o rompimento com seu filho Oxóssi, que a abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão renegado Oçãnhim (Oçanhe). Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar. É a mãe de quase todos os Orixás de origem ioruba (com exceção de Logunnedê), enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a Nanã.

A energia de Yemanjá pode ser resumida em Nutrição e Proteção. As lendas que evoluíram através dos séculos deram mais atenção ao aspecto nutritivo de Yemanjá, deixando de lado seu aspecto protetor. Isto aconteceu porque houve uma tendência a retratar Yemanjá como aquela mãe que nutre e nunca reclama. Uma energia que dedica sua existência aos filhos, mas raramente os castiga. Isso foge bastante da verdade, pois, de todos os Orixás, a “ira” de Yemanjá pode ser a mais devastadora. Ao contrário da destruição seletiva de Yansã, Yemanjá e representada pelo Furacão. Ela destrói tudo o que encontrar no seu caminho, causando uma grande devastação. Na interpretação utilizada na Diáspora Moderna, Yemanjá e sempre representada como uma figura sorridente, sempre de bem com seus devotos. A separação do aspecto “nutritivo” de Yemanjá da sua energia afirmativa resultou em uma lobotomia de energia, para aqueles que aceitaram essa interpretação. Certamente, Yemanjá sempre está nutrindo e provendo. Isto é descrito pelas lendas que descrevem as riquezas do oceano, que se referem à criação e o sustento da vida pelas suas águas e os seus habitantes. Tudo expressa a energia de nutrição que Yemanjá é. No entanto, este cuidado não é de graça. O custo é a proteção moral desta energia. Ela não nutre sem ensinar que o comportamento moral e o respeito devem existir.

Nenhum comentário: